Primavera vai chegar cheia de instabilidades, com temporais e granizo
Publicado em 02/09/2016 às 00:00
Capa Primavera vai chegar cheia de instabilidades, com temporais e granizo
Setembro marca o retorno das pancadas e dos alertas para parte das lavouras
A primavera, que começa no dia 22 de setembro, marca o retorno das pancadas para o centro do Brasil. Por ser uma estação de transição entre o inverno seco e frio para o verão quente e chuvoso, a atmosfera apresenta muitas instabilidades e maior potencial para queda de granizo junto com as pancadas de chuva que começam a avançar pelo interior do Brasil. No entanto, a maior quantidade de precipitação pluviométrica ainda vai se concentrar sobre a região Sul. Além do Sul, as chuvas podem ficar acima da média em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, sul do Espírito Santo, sul e leste de Minas Gerais, sudoeste de Mato Grosso, sul e oeste de Rondônia, Acre e sudoeste do Amazonas. Podemos ter acumulados superiores aos 200 milímetros entre o norte do Rio Grande do Sul e o extremo sul de São Paulo e entre 100 e 200 milímetros na maior parte do Rio Grande do Sul, oeste e norte do Paraná, sul de Mato Grosso do Sul, centro, sul e leste de São Paulo, Rio de Janeiro, extremo sul do Espírito Santo, sul e leste de Minas Gerais, oeste e noroeste do Amazonas e norte de Roraima. Por outro lado, o Nordeste ainda vai ter mais um mês com chuva abaixo da média, a exemplo do que vem sendo observado desde meados do outono. A partir de outubro, a chuva vai se espalhar ainda mais pelo centro do Brasil, e a expectativa é de acumulados acima da média histórica no Sudeste e Centro-Oeste e nos estados do Paraná, Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Roraima e Amapá, no oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul. Essa é uma situação completamente diferente do ano passado, quando estávamos sob o efeito do fenômeno El Niño, que retirou as chuvas do Centro-Norte do Brasil e deixou os volumes muito acima da média no Sul. Em outubro, assim que a chuva voltar para as áreas mais penalizadas pela estiagem na safra passada, os volumes vão abaixo da média no sul e leste do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. No Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), apesar do aparecimento das primeiras trovoadas, a expectativa é de chuva ainda abaixo da média com risco de veranicos. Em novembro, boa parte do Sul, Sudeste e Centro-Oeste deve ter chuva acima da média. Somente na fronteira com o Uruguai e no litoral entre Santa Catarina e São Paulo, a chuva ficará abaixo da média. No Matopiba, apesar da chuva abaixo da média, o acumulado torna-se mais elevado, passando dos 100 milímetros, que vão acontecer especialmente a partir da segunda quinzena do mês. “Fazendo um resumo para o próximo bimestre, veremos muita oscilação na distribuição de chuva, ora com precipitação no centro e norte do Brasil, ora concentrada sobre o Sul”, explica o meteorologista da Somar, Celso Oliveira. Em dezembro, espera-se chuva acima da média no Sudeste, Centro-Oeste e Norte e abaixo da média no Sul e Nordeste, embora o acumulado passe dos 100 milímetros no Matopiba no fim do ano. “O que precisa ficar claro para o produtor é que, independentemente de termos um La Niña configurado, o cenário climático desta primavera é completamente diferente do ano passado”, afirma Celso. É ou não é La Niña? De acordo com os pesquisadores, para acontecer um La Niña é necessário que a água do oceano Pacífico equatorial central, área chamada de “Niño 3.4”, tenha temperatura -0,5°C abaixo da média por três trimestres móveis consecutivos. Acontece que, a cada atuação, as previsões indicam desvio de temperatura cada vez mais baixo. Se a temperatura chegar a -0,4°C, o período não será considerado La Niña. Entretanto, lembramos que a atmosfera não segue estes rótulos. Para um desvio de temperatura de -0,4°C ou -0,5°C, os efeitos serão semelhantes no clima. tempo.canalrural.com.br

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