A falta de pagamento dos recursos por parte do Governo aos Hospitais Filantrópicos e Santas Casas do Rio Grande do Sul vem agravando ainda mais a situação crítica em que as instituições de saúde se encontram. Com os repasses das parcelas pelos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em atraso desde setembro de 2018, o déficit financeiro dos Hospitais gira em torno de milhões.
Para juntar forças e discutir os problemas que atingem a área, os Hospitais das cidades pertencentes à 15ª e 19ª Coordenadoria Regional de Saúde se reuniram na tarde da última quarta-feira, 13 de fevereiro, em Palmeira das Missões. O encontro foi pautado pelas dificuldades vivenciadas pelas instituições, que unidas construíram propostas e reinvindicações para apresentar na assembleia com a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul, que acontece no dia 15 de fevereiro em Porto Alegre.
Durante a reunião, representantes dos Hospitais afirmaram que não aceitarão o parcelamento prolongado dos valores referente aos meses em atraso. Além disso, exigirão do Governo do Estado o pagamento em dia dos repasses a partir de março. Além dos recursos advindos da produção Hospitalar e Ambulatorial do SUS em alguns de nossos Hospitais, a grande maioria também não está recebendo os incentivos estaduais. O atraso gera um acúmulo de valores expressivos, que faz com que as instituições enfrentem diariamente uma luta para conseguirem manter as portas abertas. “Precisamos pressionar o Estado, mostrar que nós existimos. O governo precisa assumir a sua responsabilidade na atual situação em que se encontra a área da Saúde no Rio Grande do Sul”, afirmam os participantes.
As instituições também levarão como proposta a possiblidade da edição de um novo Fundo de Apoio financeiro e de recuperação dos hospitais privados, sem fins lucrativos e hospitais públicos (FUNAFIR), com a condição de que o próprio Governo do Estado se responsabilize pelo pagamento da dívida. Outro tópico debatido foi a relação das casas de saúde com a Federação. “Temos que cobrar uma postura, a Federação precisa conhecer a realidade dos Hospitais para poder representá-los”, explicam.
Uma comissão foi formada para levar as propostas à assembleia. Representantes de todos os Hospitais da região destacaram a importância do apoio da comunidade e de mostrar a realidade em que se encontram. Muitas instituições estão com profissionais recebendo salários atrasados, com falta de pagamento aos fornecedores e até casos em que os atendimentos foram restringidos. Mesmo assim, continuam resistindo diariamente para cuidar de cada vida que precisa. A situação atual é essa: os Hospitais e a Saúde do Rio Grande do Sul respiram por aparelhos para sobreviver.
Publicado por