Depois de quase 25 anos do Plano Real, a nota de R$ 100, que em julho de 1994 pagava o valor de um salário mínimo e ainda sobrava troco, vale agora R$ 16,75. Em julho de 1994 o salário mínimo era de R$ 64,79. Hoje são necessárias dez notas para pagar o mínimo de R$ 998.
Segundo o cálculo feito com exclusividade para a coluna “O que é que eu faço, Sophia?” pelo matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho, a inflação de 1º de julho de 1994 até 1º de fevereiro de 2019 foi de 496,88%.
Isso significa que para adquirir a mesma quantidade de mercadorias e serviços que R$ 100 compravam em 1994, o consumidor precisa desembolsar R$ 596,88, um valor quase seis vezes superior.
Uma perda de 83,25% do poder de compra da moeda.
Deixou dinheiro no colchão?
“Quem tivesse guardado R$ 1 milhão no colchão em 1994, que na época compraria um apartamento ultra luxuoso, com a desvalorização da moeda teria R$ 167.500, que não dá nem um apartamento popular”.
Já quem tivesse colocado o dinheiro na poupança sem mexer teria hoje mais de R$ 6 milhões.
"Isso por si só é muito educativo e mostra por que não se deve deixar dinheiro parado", diz o professor.
Há o que comemorar?
Mesmo a perda do poder aquisitivo ao longo desses 25 anos, há muito o que comemorar, garante o professor.
“Se durante todos esses anos, o real perdeu 83,25% do poder de compra da moeda, no período de apenas um ano na época da hiperinflação o Brasil perdeu muito mais do que isso.
“Basta lembrar que, apenas um mês, de 1º de março de 1990 a 1º de abril de 1990, a inflação oficial foi de 84,32%.
"É uma vitória que a moeda tenha mantido poder de compra mesmo depois de tantos anos."
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