Caso Rafael: mãe mantém versão de morte acidental em novo depoimento à polícia
Publicado em 27/05/2020 às 00:00
Capa Caso Rafael: mãe mantém versão de morte acidental em novo depoimento à polícia

Em novo depoimento à Polícia Civil, Alexandra Dougokenski, presa de forma temporária pela morte do filho, manteve a versão que já havia apresentado. A mulher afirmou novamente que matou o filho Rafael Mateus Winques, 11 anos, de forma acidental e escondeu o corpo. Ela alega que fez isso sozinha. A criança foi encontrada morta no fim da tarde de segunda-feira (25) em Planalto, no norte do Rio Grande do Sul.

 

Segundo o delegado Ercílio Carletti, que conduz a investigação, a mulher foi ouvida na manhã desta quarta-feira (27) no presídio onde está detida. O novo depoimento foi tomado por policiais de Iraí, já que é neste município que ela está presa.

 

— Ela manteve a mesma linha que ela havia confessado. Excluiu a participação de outra pessoa e afirma que a morte aconteceu pelo uso de medicação — relatou o delegado.

 

Alexandra alegou à polícia que na quinta-feira, dia 14 de maio, brigou com o filho porque ele não queria deixar o celular e dormir. E, por isso, tirou o aparelho dele e deu dois comprimidos de Diazepam para o menino se acalmar. A mulher diz que percebeu durante a madrugada que o garoto estava morto e, por isso, escondeu o corpo na garagem de uma casa vizinha a deles.

 

Ainda conforme o delegado, apesar da versão dela, a polícia segue apurando o caso como homicídio doloso. Também é investigado se houve participação de outra pessoa no crime — no momento, duas estão sob investigação.

 

A análise inicial realizada pelo Instituto-Geral de Perícias apontou que o menino foi morto por estrangulamento — o que contraria a versão da mãe. No novo depoimento, segundo o delegado Carletti, a mulher não admitiu ter asfixiado o filho. Ela afirma que usou cordas e fios para transportar o corpo da criança.

 

A polícia decidiu solicitar o novo depoimento porque há previsão de transferência de Alexandra para unidade prisional na Região Metropolitana. Os advogados responsáveis pela defesa da mulher estiveram na Delegacia de Polícia de Planalto. A defesa sustenta que o caso se trata de um homicídio culposo.

 

Reforço policial

Para auxiliar na investigação da versão apresentada pela mãe de Rafael, a Polícia Civil está enviando novo reforço para Planalto. Nesta quarta seguiram para o município o delegado Eibert Moreira Neto, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre, e mais um agente. Já tinham sido encaminhados para o norte do RS dois policiais do Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV), especializados em investigar o desaparecimento de crianças e adolescentes.

 

Além destes policiais, a delegada Caroline Bamberg Machado, que esteve à frente da investigação da morte de Bernardo Boldrini, em abril de 2014, deve reforçar a equipe em Planalto nos próximos dias. Antes de o corpo de Rafael ser localizado, a Polícia Civil já havia previsto o auxílio da policial, por conta da semelhança entre os crimes.

 

No caso de Bernardo, o pai, a madrasta e mais duas pessoas acabaram sendo condenados pelo assassinato. Assim como Rafael, o menino tinha 11 anos quando foi morto. O caso, na época, também chegou à polícia como um desaparecimento. 

 

A defesa de Alexandra está sendo realizada pelo advogado Jean Severo, que sustenta a tese de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O criminalista é o mesmo que atuou na defesa de Edelvânia Wirganovicz, envolvida na morte do menino Bernardo Boldrini. Amiga da madrasta do menino, ela foi condenada no ano passado pelo crime.

Fonte: Gaúcha ZH

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